Quando se doar demais vira um problema nos relacionamentos

Você sempre tenta manter a paz, evita conflitos e faz de tudo para agradar? No começo pode parecer cuidado, mas, com o tempo, você se sente exausto(a), frustrado(a) ou até invisível.

Essa sensação de que precisa fazer mais do que o necessário para “merecer” afeto é mais comum do que parece, e pode ter raízes profundas na forma como você se enxerga nas relações.

Na tentativa de manter vínculos, muita gente acaba se anulando, ignorando suas próprias necessidades, sentimentos ou limites para evitar desentendimentos, abandono ou rejeição.

A TCC nos ajuda a entender os pensamentos automáticos que alimentam esse comportamento, como:

- “Se eu discordar, vão se afastar de mim.”

- “Preciso me esforçar mais para ser valorizado(a).”

- “Se eu não estiver sempre disponível, vou decepcionar.”

Esses pensamentos não surgem do nada, muitas vezes, são aprendidos ao longo da vida. O problema é que, ao seguir esse padrão por muito tempo, você pode acabar em relações desequilibradas, nas quais suas próprias necessidades ficam sempre em segundo plano.

Como começar a equilibrar essa balança?

- Perceba quando você diz “sim” querendo dizer “não”: esse é um dos primeiros sinais de que algo precisa ser revisto.

- Observe os sentimentos após uma interação: você se sente bem por ter ajudado, ou esgotado(a) e invadido(a)?

- Questione pensamentos de obrigação: você realmente precisa fazer isso? Ou acredita que, se não fizer, perderá valor?

- Comece com pequenos limites: respeitar o seu tempo e dizer “agora não posso” é um exercício importante de autoescuta.

Cuidar das relações também é cuidar de você. Relações saudáveis se sustentam na reciprocidade, não no desequilíbrio.

Você não precisa se doar ao ponto de se esvaziar para ser amado(a).

Seu valor não está condicionado ao quanto você faz pelos outros, mas ao respeito que aprende a ter por si mesmo(a) nas suas escolhas e limites.